Após a proibição da compra de drones chineses por órgãos do Governo Federal, os Estados Unidos aprovaram, no dia 14 de junho, uma nova legislação que proíbe drones de marcas chinesas, como a DJI, no mercado americano.
Intitulada Ato de Combate aos Drones do Partido Comunista Chinês (Countering CCP Drones Act) e apresentada por deputados conservadores, a lei tem o potencial de alterar significativamente as operações de drones agrícolas e em outras áreas nos EUA, já tendo recebido aprovação na Câmara.
De acordo com estimativas, os drones da DJI detêm 58% do mercado comercial de drones nos Estados Unidos. No setor agrícola, por exemplo, entre 4 mil e 5 mil drones da marca foram importados da China para utilização em pulverização agrícola.
Aproximadamente 99% dos drones em operação no país são chineses, com a maioria sendo fabricada pela DJI e pela XAG.
Para contextualizar, no Brasil, a Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC) autorizou, no início deste ano, três novos modelos de drones da DJI para uso em pulverização agrícola.
Agora, a proposta segue para análise no Comitê de Serviços Armados do Senado (SASC) antes de ser sancionada pelo presidente dos EUA, Joe Biden.
Qual o impacto dessa lei dos estados no mercado de Drones?
A aprovação da lei que proíbe a comercialização de drones de marcas chinesas nos Estados Unidos pode ter vários impactos significativos na comercialização de drones agrícolas:
- Redução da Disponibilidade de Produtos: Com a proibição de marcas como DJI e XAG, que dominam o mercado, a variedade de drones agrícolas disponíveis para os agricultores americanos pode diminuir, levando a uma oferta mais limitada.
- Aumento dos Custos: A diminuição da concorrência pode resultar em preços mais altos para drones agrícolas. Os agricultores podem ter que pagar mais por alternativas de marcas que não são chinesas, afetando a viabilidade econômica da adoção dessa tecnologia.
- Mudanças nas Operações Agrícolas: Com a restrição a drones de marcas populares, os agricultores podem ser forçados a buscar alternativas menos conhecidas, que podem não ter o mesmo nível de tecnologia, suporte ou funcionalidades, impactando a eficiência e a produtividade das operações agrícolas.
- Inovação e Desenvolvimento: A lei pode impulsionar o desenvolvimento e a produção de drones agrícolas por fabricantes americanos ou de outras nacionalidades. Isso pode gerar oportunidades de inovação, mas também pode levar tempo até que essas novas soluções estejam prontas para uso comercial.
- Reação do Mercado: A proibição pode estimular uma reação do mercado, com empresas de tecnologia se mobilizando para preencher a lacuna deixada pelas marcas chinesas. Isso pode resultar em novos produtos, mas a transição pode ser lenta.
- Impacto na Importação: Os importadores de drones agrícolas que trabalham com marcas chinesas podem enfrentar desafios significativos, afetando suas operações e potencialmente resultando em perdas financeiras.
- Regulamentação e Conformidade: O novo cenário regulatório exigirá que os agricultores e empresas do setor se adaptem às novas normas, o que pode gerar custos adicionais com conformidade e treinamentos.
- Aumento da Segurança e da Privacidade: Por outro lado, a lei pode ser vista como um avanço na segurança nacional e na proteção de dados, ao evitar que tecnologias potencialmente suscetíveis a espionagem ou vulnerabilidades sejam utilizadas em operações críticas.
Em resumo, a lei pode criar um ambiente desafiador para a comercialização de drones agrícolas nos EUA, forçando agricultores e empresas a se adaptarem rapidamente a um novo panorama de produtos e preços.